A internet que viabiliza atualizações constantes vem deixando uma dúvida na cabeça de muitas pessoas: O jornal impresso morrerá?
E ainda, por possibilitar a qualquer cidadão a oportunidade de postar em páginas da internet qualquer informação que julgar conveniente, a outra pergunta é: E os jornalistas, o que acontecerá com eles?
As opiniões são divergentes. Muitos creem que o jornal não sobreviverá neste século outros acreditam que as novas tecnológias não irão substituir os meios convencionais de comunicação, apenas poderão contribuir para que eles se atualizem.
O jornal impresso, com certeza, está desatualizado e as novas gerações não estão interessadas em obter um número restrito de informações e ter de esperar, um dia inteiro, para saber o que aconteceu no mundo. É por isso que os jornais eletrônicos obtém grande vantagem, pois são interativos.
Entretanto, está surgindo uma ideia no meio jornalístico que poderá contribuir 'a vida' do jornal impresso: O papel digital.
Uma tela plástica que poderá ser dobrada e enrolada da mesma forma que o jornal convencional. Seu conteúdo poderá ser atualizado via internet a cabo ou sem fio. Na Europa, esses jornais já começaram a ser testados, notícias eviadas através da internet e visualizadas em display de plásticos, em que se é possível publicar qualquer conteúdo de texto ou de vídeo.
Na Bélgica, o jornal De Tijd - especializado em economia - já está circulando em fase experimental para 200 assinantes. O jornal utiliza telas portáteis, conhecidas como e-readers. Essa tecnologia de display utiliza milhões de cápsulas microscópicas preenchidas com pigmentos claros e escuros que se tornam visíveis (ou invisíveis) quando ativados por uma corrente elétrica. De acordo com o nível da corrente elétrica, os pigmentos mudam de posição dentro das cápsulas, formando imagens visíveis na superfície do e-paper.
Depois de ser formada a imagem no papel eletrônico, ela continua visível sem consumir energia. Possibilitando mais horas de leitura entre as recargas.
Entretanto, há também os que creem que o jornal impresso não será substituido pelo digital. Em um artigo intitulado 'Vida longa ao jornal impresso', o editor-chefe do jornal O Globo, Ali Kamel, crê que os jornais impressos vão sobreviver porque promoverão mudanças radicais em seu conteúdo. De acordo com Kamel, os acontecimentos do dia-a-dia estão hoje cada vez mais na esfera do jornalismo televisivo e online. Aos jornais caberá a explicação, a interpretação e a análise dos fatos e dos seus efeitos.
A ideia é de que o jornal impresso irá transformar-se em um veículo de opinião, ao qual será possível que os jornalistas pensem pausadamente sobre os acontecimentos e depois os divulguem.
Será? Ao que temos conhecimento, no ano passado, a circulação de jornais impressos no Brasil cresceram muito, porém, ao que parece, isso ocorreu graças ao surgimento de jornais gratuitos.
E quanto aos jornalistas?
Segundo Nilson Lage, em Estrutura da Notícia, julgar que a função de jornalista independe de profissionalismo ou habilitação, é apenas ingênuo. Equivale a supor que, com alfabetização em massa, seriam dispensados os escritores.
Em sua formação, um jornalista se capacita para escrever um bom texto jornalístico que estimula a população a lê-lo. Enquanto, os outros indivíduos menos capacitados não conseguirão prender a atenção devida e informar, de fato, o que deveria.
Aonde mais chegará a tecnologia? E o que ocorrerá, de fato, com jornal impresso. É algo que só o tempo responderá.
Géssyca Agnes