domingo, 26 de abril de 2009

Entrevista virtual

Ao nos ser proposto a ideia de confeccionarmos um jornal, todos ficamos muito empolgados e nos dividimos em editorias. A princípio eu iria participar da editoria de Mundo, contudo, nossa colega que não é brasileira participaria de algo que poderia não ser tão interessante para ela como a editoria de Mundo. Por isso, comecei a integrar a de Polícia. Encarando isso como um desafio novo, que com certeza, me acrescentaria muito mais do que algo que eu poderia ter mais facilidade em fazer.

Nos primeiros momentos, esquematizamos as nossas três páginas e pensamos no que poríamos nelas. A ideia inicial era de valorizarmos as mulheres em relação à polícia. Nossas reportagens seriam então: sobre o presídio feminino Madre Pelletier, sobre as mulheres que trabalham na polícia, sobre a diferença entre a polícia civil e brigada militar e um mapa das rondas da polícia. Eu me dispus a entrevistar alguém que tivesse algum vinculo com a penitenciária feminina.

Como peguei a entrevista sozinha, inicialmente não sabia direito por onde começar. Entrei no site da secretaria de segurança pública e peguei o telefone da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Para conseguir a ligação demorou dias, tentei inúmeras vezes ligar para os telefones deste órgão, mas todas foram frustradas. Quando finalmente consegui, o jornalista responsável por este setor não estava, mas a sua estagiária ao me ouvir foi muito solicita. Por intermédio desta pude falar com a senhora Maria Antonieta Felippetto, ex-diretora do presídio feminino.

Felippetto tentou me ajudar em tudo o que pode, confiou em mim logo no início e me entregou seus telefones pessoais. Enviei a entrevista por e-mail, já que ela alegou que não teria tempo para me receber pessoalmente. Em quinze perguntas interroguei ao máximo sobre o presídio e dei pauta para que ela pudesse falar bastante. Contudo, ao enviar as perguntas pensei que elas poderiam não ser suficientes para o número de caracteres que eu teria que atingir.

Apesar de toda a gentileza prestada pela ex-diretora, demorou quase duas semanas para que eu recebesse a minha resposta. Ela acreditava já ter me enviado e se eu não tomasse uma atitude ‘jornalística’ de insistir para receber o e-mail eu estaria esperando até hoje por ele. A entrevista, contudo, foi muito melhor do que eu esperava, as respostas de Felippetto foram bem desenvolvidas e cheias de emoções e informações necessárias.

Através desta reportagem, percebi que possuímos um presídio excelente em nossa cidade, no bairro Teresópolis. Mas, infelizmente, ele é aproveitado demais. A hiper-lotação que a penitenciária apresenta, que é o dobro da sua capacidade, diminui as suas qualidades. As detentas do Madre Pelletier desempenham trabalhos que creio ser de fundamental importância para a sua reestruturação psicológica. Além disto, estas mulheres são atendidas por psicólogos frequentemente e possuem contado direto com a direção, o que as dá um tratamento mais humano.

Ao redigir a entrevista, que foi em formato ping-pong, fiquei orgulhosa do nosso presídio e mudei algumas opiniões preconceituosas a respeito destes indivíduos. As palavras de Felippetto foram excelentes. Entretanto, eu ainda tinha um problema. A foto. Antonieta havia me informado que iria mandar uma foto sua. Porém sua foto estava impossibilitada de ser impressa, pois sua qualidade era horrível. Apavorada com a situação, já que eu deveria levar a entrevista completamente pronta no outro dia, fui até o presídio pela manhã antes da aula. Havia muito sol e as fotos apareceram com a minha sombra, mas fiquei contente de ter me esforçado para que desse certo. O professor Fabian, contudo, disse que teria como arrumá-las e que usaria as fotos que eu fiz. Descobri depois que os professores teriam como conseguir as fotos para nós. Mas já era tarde, já as tinha.
Apesar da correria, felizmente, deu tudo certo.

Géssyca Agnes

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jornal


Durante várias semanas nas aulas de Laboratório de Jornalismo, os professores Fábian e Pellanda nos mostraram como é o funcionamento de um jornal impresso. As salas de redação, todos os funcionários, a rotina destes, a impressão, a entrega, enfim, como o jornal funciona 24 horas por dia.
No início da manhã, por volta das 8 horas, os repórteres chegam à redação para pegar as pautas com seus editores, que chegaram anteriormente e já possuem uma ideia de como será conduzido o jornal. É neste horário, também, que os cadernos começam a ser fechados. Às 9 horas, os chefes de reportagem se reúnem e decidem qual será o rumo de seus cadernos. Logo após, as matérias e os cadernos começam a ser fechados. Para produzir suas reportagens, os jornalistas saem às ruas para coletar informações e entrevistas e, por isso, às 11 horas todos os carros da redação estão às ruas. Ao meio dia, os editores verificam as matérias. Em sequência, os jornalistas escutam as rádios para saber das últimas notícias e se preparam para a reunião geral.
É no inicio da tarde, em torno das 14 horas, que ocorre a reunião com o diretor de redação e, então, o jornal do dia seguinte é planejado e são escolhidos os focos a serem seguidos. Às 15 horas, o jornal é apresentado pelos editores às suas equipes e são checadas as notícias no interior do estado pela Central do Interior. A partir deste momento, o departamento comercial monta o jornal e deixa os ‘espelhos’ (espaço destinado a comercias) para serem preenchidos posteriormente. As fotos são escolhidas, as notícias podem ‘cair’ ou ‘surgir’ e os mapas de entregas já começam a ser feitos.
Às 20 horas o jornal está sendo ‘baixado’ (finalizado) e as últimas notícias são lidas e editadas. Uma hora mais tarde, as fotos são tratadas, calibradas e repassadas para a redação e, então, a capa é baixada.
Às 22 horas e 30 minutos a primeira edição do jornal é impressa. E a redação continua trabalhando para atualizá-lo. Durante o início da madrugada, são enviados os jornais para o interior, enquanto são feitas novas edições do jornal. É às 4 horas que os jornais estão sendo distribuídos na grande Porto Alegre e às 6 horas que começa a venda nas ruas.
Géssyca Agnes